quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

A suplementação auxilia a suprir os nutrientes faltantes em nosso organismo.


A suplementação auxilia a suprir os nutrientes faltantes em nosso organismo, além de prevenir doenças.

As vitaminas são nutrientes essenciais que contribuem para o desenvolvimento normal e a manutenção do equilíbrio metabólico do corpo, não só para evitar carências nutricionais, mas  também como preventivo de uma série de doenças. São chamadas de essenciais porque não são sintetizadas pelo corpo humano, sendo necessária a ingestão através dos alimentos. Mas será que sua dieta pode fornecer todas as vitaminas e minerais que você necessita na proporção adequada?
A inserção de grande número de mulheres do mercado de trabalho, o aumento do número de adultos solteiros vivendo sozinhos, o ritmo de vida acelerado e a vida profissional tomando cada vez mais tempo têm exigido mais praticidade no momento de fazer as refeições, e aumentando a demanda por alimentos prontos para o consumo. Isso dificulta as ingestões diárias de vitaminas e minerais nas quantidades necessárias, pois reduz o consumo de alimentos saudáveis e uma alimentação variada. Os fatores ambientais como a poluição, o uso indiscriminado de pesticidas, a alta quantidade de corantes e conservantes, a forma de preparo de alimentos, o estresse físico e mental e o tabagismo exigem uma quantidade maior de nutrientes para que o organismo consiga funcionar de forma adequada para se desintoxicar e se recuperar desses fatores.
Mesmo quando ingerimos alimentos que concentram algumas vitaminas ou minerais, há outros fatores que precisam ser considerados, como o solo onde o alimento foi cultivado e se a quantidade desses nutrientes presentes em nossa alimentação suprem as necessidades de nosso organismo.
O conteúdo mineral do solo é muito variável. Um estudo interessante foi feito com a dosagem de selênio em castanhas-do-pará (que naturalmente concentra selênio, mas cujo teor depende da qualidade de selênio no solo). Em algumas áreas do Pará as castanhas apresentavam altas quantidades, enquanto que em outras eram pobres em selênio. Os resultados variavam de 0,2 ppm até 253 ppm, uma variação de 1.000%.
Outro fator que reduz a concentração mineral dos alimentos é o empobrecimento da terra cultivável. Utiliza-se a mesma terra para a agricultura por décadas, e se devolve ao solo apenas os fertilizantes químicos com nitrogênio, fosfato e o potássio (famoso fertilizante NPK), levando a uma redução progressiva de minerais dos alimentos. Estudos feitos na Inglaterra mostraram que, quando comparados aos mesmos vegetais de 1940, houve uma redução de 24% no magnésio, 46% de cálcio, 59% de zinco e 76% de cobre nos vegetais.
Há uma série de fatores que determinam a chamada biodisponibilidade de nutrientes e compostos bioativos obtidos pela alimentação. O teor de vitaminas dos alimentos é bastante variado. Nos vegetais, por exemplo, depende da espécie, do estágio de maturação na época da colheita, das condições de estocagem, do processamento e do tipo de preparação. Como as vitaminas são compostos sensíveis, podem sofrer degradação por vários fatores, como temperatura, presença de oxigênio, luz, umidade etc. Apesar de torná-los mais atraentes ao paladar e aumentar a sua vida de prateleira, o processamento de alimentos pode alterar significativamente a composição qualitativa e quantitativa dos nutrientes.
Além disso, os alimentos refinados perdem nesse processo quase que a totalidade de suas vitaminas, que muitas vezes encontram-se na pele dos grãos. O arroz refinado, por sua vez, contém uma quantidade bem inferior de vitaminas do complexo B quando comparado ao arroz integral, o mesmo ocorre com o trigo. O cozimento excessivo de vegetais desnatura as vitaminas, sendo o cozimento por vapor menos prejudicial. Os sucos industrializados e engarrafados possuem pequeno valor nutritivo, além disso, muitos contem estabilizantes, acidulantes, conservantes, aromatizantes.
Diante disso, na vida moderna tornou-se praticamente essencial o uso de multivitamínicos para atingir os níveis adequados de vitaminas e minerais. Sabe-se que os nutrientes, além de prevenir as carências nutricionais, podem ser grandes aliados na prevenção de doenças e manutenção da saúde, além de auxiliar em doenças já instaladas.
Os Multivitamínicos não atuam apenas na correção de deficiência, mas também na prevenção de patologias.
Benefícios comprovados:
Há diversos estudos e artigos científicos que demonstram a importância do uso de multivitamínicos com intuito de prevenção, e os benefícios em algumas doenças, otimizando o resultado clínico dos pacientes, e consequentemente, restabelecendo o equilíbrio metabólico. Os multivitamínicos não atuam apenas na correção de deficiência, mas também na prevenção de patologias. Esse tipo de suplemento é de grande interesse para uma sociedade, que cada vez mais preza pela saúde e busca envelhecer com qualidade de vida. Cada vitamina tem uma atuação específica nas funções bioquímicas e também age sinergicamente com outras vitaminas e minerais, produzindo efeitos benéficos pela associação, por isso, observa-se que em alguns casos há resultados mais satisfatórios em suplementos com esses compostos, quando comparados ao uso isolado de cada nutriente. Um exemplo claro foi na prevenção de defeitos do tubo neural quando se obteve melhores resultados dando um multivitamínico com ácido fólico, do que dando apenas doses altas de ácido fólico.
Um grande estudo publicado em novembro de 2012 pelo journal of the American Medical Association, envolvendo 14.641 homens dos EUA, com 50 anos ou mais, dos quais 1.314 com histórico de câncer, submetendo-os à ingestão de multivitamínicos ou placebo, de 1997 até junho de 2011, para avaliar o efeito sobre o desenvolvimento de câncer de próstata, colorretal e outros tipos específicos de câncer. Comparando com o grupo que ingeriu placebo (cápsulas sem vitaminas), o que suplementou com um multivitamínico diariamente reduziu a incidência em até 12%, e em redução de mortalidade de 27% dos participantes que já haviam tido câncer.
Outro grande trabalho que acompanhou 12.019 sobreviventes de câncer de mama por até  5 anos após o diagnóstico comprovou uma redução de 16%  no risco e morte dos participantes que tomaram um multivitamínico.
Um grande estudo foi realizado na França onde se deu um multivitamínico antioxidante para 13.017 por 7 anos e meio (estudo SU.VI.MAX.). Após este período, observou-se uma significativa redução da mortalidade geral por todas as causas em homens, por que apresentavam níveis mais baixos de nutrientes no início do trabalho. Este estudo comprovou que o benefício maior das vitaminas acontecerá obviamente em que tem carência dessas.
Alterações cognitivas e metabólicas são comuns em indivíduos com mais de 40 anos. Em uma grande metanálise (análise de todos os estudos publicados sobre o tema) que estudou a melhora da cognição em homens e mulheres com o uso de multivitamínico, por exemplo, mostrou bons resultados em relação à melhora da memória recente, conhecida como memória de trabalho, que é uma grande queixa dos idosos. Em uma revisão, documentou-se a melhora da inteligência e performance acadêmica em crianças saudáveis que usaram um multivitamínico.
Já foi visto que o uso de alta doses de ácido fólico não foi suficiente para reverter o excesso de homocisteína no plasma de pessoas com alterações no metabolismo deste aminoácido, uma vez que o indivíduo pode ter um defeito genético na conversão do ácido fólico em sua forma ativa, o 5-MTHF. Em um estudo com 106 mulheres entre 30 e 42 anos (não fumantes, não vegetarianas e pressão arterial normal) com níveis altos de homocisteína no sangue, foi visto que uma suplementação multivitamínica foi mais eficiente na redução da homocisteína, além do que doses altas de ácido fólico que podem se tornar pró-inflamatórias. Os resultados sugerem que não adianta focar apenas em um nutriente, pois quando há uma alteração instalada, diversos substratos são necessários e atuarão em conjunto para corrigi-la.
No caso de gestante, a suplementação com vitaminas já está estabelecida como uma forma de diminuir a prematuridade e o baixo peso ao nascer, no entanto, avaliar o uso junto com um médico é fundamental, pois ele quem vai definir quais são as doses exatas para garantir a saúde.
Por que é melhor o multivitamínico manipulado?
A farmácia de manipulação existe para que se possa fazer a individualização adequada da medicação para a necessidade do paciente. Assim, um médico ou nutricionista, com conhecimento sobre o histórico familiar do paciente, seus hábitos de ida e alimentação, sua condição clínica, poderá determinar os objetivos da suplementação de vitaminas e recomendar as doses adequadas dos nutrientes, de maneira individual a cada paciente.
No Brasil os multivitamínicos comerciais têm suas doses limitadas ao RDA (dose diária recomendada) pela ANVISA. Sabe-se que vários nutrientes podem ter maiores benefícios se usados em doses maiores que RDA, pois estas doses são estabelecidas como mínimas para não ter carências nutricionais, não para suprir a necessidades atuais da vida moderna. O RDA da vitamina C, por exemplo, é de 90mg, o suficiente para não se ter escorbuto, mas doses maiores que 500mg previnem melhor uma série de doenças.
Os minerais usados nos multivitamínicos comerciais são minerais de pouca absorção, pois estão na forma de óxidos (óxido de zinco...), como são encontrados no solo. Nos multivitamínicos manipulados utilizam-se minerais na forma de quelados. Quelar significa em grego abraçar, assim os minerais estão “abraçados” por aminoácidos e são muito mais absorvidos que os minerais na forma de óxido. Além disso, pode ser acrescentado substancias que não estão disponíveis nos multivitamínicos comerciais, como licopeno, que previne doenças na próstata e na mama, ou gamatocoferol que é uma vitamina E natural de melhor qualidade que a alfa-tocoferol sintética usada pelos multivitamínicos.
Multivitamínico aliado a práticas saudáveis
A suplementação adequada de vitaminas e minerais deficitários, aliada à incorporação de hábitos de vida saudáveis, como prática regular de exercícios físicos e de uma dieta balanceada, representam os pilares para a manutenção do equilíbrio metabólico e funcional do corpo, prevenindo doenças e promovendo um envelhecimento saudável.

Fonte: Revista ESSENTIA PHARMA – Ed. 4

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