terça-feira, 29 de março de 2016

Nutrição Funcional x Tradicional

NUTRIÇÃO FUNCIONAL X TRADICIONAL
foto ilustrativa


Muitas pessoas me perguntam o que é Nutrição Funcional e no que difere da Nutrição Tradicional.
A Nutrição Tradicional se preocupa geralmente com a saúde coletiva, buscando o estabelecimento de recomendações, as quais, se seguidas por um grupo de indivíduos, melhorarão o estado de saúde deste grupo como um todo. O modelo geralmente adotado é fragmentado, não envolve o ser humano como um todo e principalmente a individualidade de cada um.
Em vez de se limitar à prescrição de dietas de alimentos tidos como saudáveis (porque o que é saudável para uma pessoa pode causar doença em outra), a Nutrição Funcional rastreia os  sintomas, sinais e características de cada paciente e os relaciona com a carência ou excesso de nutrientes, corrigindo os desequilíbrios nutricionais que sobrecarregam nosso sistema imunológico e desencadeiam processos alérgicos, que provocam várias doenças crônicas, desordens estéticas e alteração no desempenho do organismo.
Além do conceito de “equilíbrio nutricional”, a nutrição funcional baseia-se, também, no conceito de “biodisponibilidade dos alimentos”, ou seja, alimentos e nutrientes que precisam de outros para agir no organismo de maneira positiva ou que, ao contrário, são anulados quando outros estão presentes.
Os desequilíbrios nutricionais geram sobrecarga no sistema imunológico e podem desencadear “processos alérgicos” tardios, consequentemente causando doenças crônicas como a obesidade, depressão, fibromialgia, artrite reumatóide, síndrome do pânico, osteoporose, diabetes, distúrbios de comportamento e hiperatividade infantil, entre outras. Da mesma forma, outros problemas “menos graves”, como o cansaço e a sensação de falta de energia, resultam do “estresse oxidativo”, também relacionado ao desequilíbrio nutricional.Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças crônicas não transmissíveis já são responsáveis por 72% das mortes ocorridas no Brasil, sendo que, no mundo, esse valor corresponde a 60%. A OMS acredita que 80% de problemas prematuros do coração, AVC e Diabetes tipo II e 40% dos casos de câncer poderiam ser evitados se corrigíssemos nossos hábitos alimentares, reduzíssemos o uso de tabaco e adotássemos uma atividade física regular.
A nutrição funcional não pensa apenas em calorias, e sim, em nutrição celular. Um alimento que pode ser remédio para um indivíduo, pode ser um veneno para outro, uma vez que cada pessoa tem um organismo diferente e consequentemente reações metabólicas diferentes.
O tratamento da obesidade, por exemplo, hoje já definida como uma doença inflamatória, não pode ser apenas com contagem de calorias, mas sim pela escolha de alimentos corretos que reduzirão tal inflamação. Alem disso, a nutrição funcional considera a interação entre todos os sistemas do corpo, incluindo as relações que existem entre o funcionamento físico e aspectos emocionais, e possui 5 pilares básicos:
Os cinco pilares da nutrição funcional:
■ Individualidade bioquímica (cada organismo reage diferentemente aos alimentos e às situações diversas do dia-a-dia).
■ Tratamento centrado no paciente (sintomas e suas origens) e não só na doença.
■ Equilíbrio nutricional dentro das células (Nutrição Celular)
■ Favorecer uma adequada biodisponibilidade de nutrientes (ingestão, digestão, absorção, transporte, utilização e excreção de forma correta).
■ Saúde (equilíbrio físico, mental e emocional).
Áreas que podem ser auxiliadas pela nutrição funcional:
• Dermatologia (acne, oleosidade, descamação, vitiligo, rosácea, psoríase, urticária, alergias).
• Desportiva (atletas, ganho de massa muscular, melhora de rendimento, redução da fadiga).
• Doenças Neurológicas (Alzheimer, Parkinson, depressão, síndrome do pânico, ansiedade, TOC, bulimia, autismo, enxaqueca).
• Estética (obesidade, celulite, queda de cabelo, manchas na pele, unhas fracas).
• Infantil (alergias, crescimento, imunidade).
• Osteoarticular (atrite, artrose, tendinite, bursite, osteopenia, osteoporose).
• Saúde da mulher (TPM, menstruação irregular, menopausa, menstruação excessiva, candidíase, gestação, lactação)
• Sistema Cardiovascular (hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia, hipertensão, varizes, derrames, AVC, infarto)
• Sistema Endócrino (diabetes, hipotireoidismo, hipertireoidismo).
• Sistema Gastrointestinal (esofagite, gastrite, constipação, diarréia, síndrome do cólon irritável, doença de Crohn, doença celíaca, gases).
Apesar de recente no Brasil, a Nutrição Funcional conta com o respaldo científico de diversos estudos realizados principalmente na Europa e nos EUA, onde, aliás, já existe um instituto dedicado à especialidade: o The Institute For Functional Medicine.


Fonte: Revista Espaço Saúde e Portal Educação


quarta-feira, 9 de março de 2016


Hoje quero falar sobre esse fruto tão pequeno mais muito poderoso - AÇAÍ
Consumir açaí é uma ótima ideia (vários estudos mostram isso) por apresentar efeito de regeneração após desempenho muscular, antioxidante e protetor do coração.
Anunciado comercialmente há anos como um ”superalimento”, só recentemente o açaí ganhou validação científica convincente como um potente captador de radicais livres ou ROS (sigla em inglês, Reactive Oxygen Species). Em outras palavras, o açaí tem a capacidade de entrar nas células de forma funcional e eficaz para neutralizar esses radicais livres. E não é por acaso que o fruto tornou sucesso mundial, ele figura no topo do ranking dos alimentos antioxidantes, estando muito à frente das romãs, amoras pretas e vermelhas, mirtilos, uvas e morangos, além da constatação de que a atividade antioxidante do plasma humano aumenta significativamente após o consumo de polpa e suco de açaí. O fruto também apresentou atividade anti-inflamatória através da inibição de precursores inflamatórios, que pode ter a capacidade de proporcionar alívio da dor e inflamação.
Alimento preferido de muitos atletas, o açaí é rico em nutrientes que ajudam na recuperação da atividade física. A principal fonte de energia de um alimento vem na forma de gorduras. Enquanto os carboidratos (especialmente em sua forma simples, o açúcar) liberam energia para o corpo de forma rápida (fazendo o pico e queda de energia ser associado aos alimentos doces), as gorduras fornecem liberação de energia mais lenta após o consumo, fornecendo uma energia mais sustentável e mais duradoura.
Se você já escutou que o açaí é energético e vitalizante, isso se deve aos seus ácidos graxos insaturados, gorduras de perfil semelhante ás do azeite de oliva, mas também vitaminas do complexo B, potássio e proteínas. Fora isso, o guaraná rotineiramente é adicionado ao açaí, provendo uma sensação extra de energia.
Mas cuidado com o xarope de guaraná!!! Na lista de ingredientes, o açúcar provavelmente vem em primeiro lugar, significando conter em maior quantidade, antes da água, do guaraná, aroma e conservantes. Muitas pessoas acreditam que o açaí engorde, mas o problema não é o teor de lipídeos desde que possui alto nível de antocianinas (ajudantes na queima de gordura), fibras e extremamente pouco açúcar (é uma fruta com baixíssima carga glicêmica: 0,5), e sim o que pode acompanhá-lo: xarope de guaraná, leite condensado, granola, leite em pó, entre outros.
Para você que já gostava de açaí e para você que ainda não provou, saiba que juntamente com semelhantes alimentos ricos pigmentados com antocianinas (amoras, mirtilos, framboesas), ele pode servir como uma defesa de primeira linha contra múltiplas doenças do envelhecimento.
Para pessoas ou atletas que desejam manter ou perder peso, ou seja, conciliar o consumo do açaí com atividade física, o ideal seria consumir antes do exercício. Para atletas que almejam a hipertrofia, o ideal seria consumir o fruto após o treino, pois devido ao seu alto valor calórico, sobrecarrega o processo digestivo e pode levar a desconfortos gastrointestinais, o que pode interferir no rendimento durante os treinos.
Se você se preocupa com a balança e/ou saúde, uma maneira de manter o açaí na tigela saudável é substituir o xarope de guaraná, por exemplo, por xilitol e guaraná em pó. Mas as opções são diversas para você desfrutá-lo e obter o máximo de seus benefícios ajudando o seu corpo a naturalmente se defender dos assaltos diários.
Apesar de todos os benefícios do açaí, não se pode exagerar no consumo, pois é extremamente calórico, metade da composição de sua polpa são gorduras, por isso deve ser consumido com moderação e de acordo com a indicação da sua nutricionista.